Ontem, sem que nada fizesse prever, o Gui disse que queria dormir no outro quarto. Poderia dizer que aconteceu porque ele vai fazer 2 anos, porque está a ganhar independência, que dormimos com ele até hoje e agora ele sozinho quis mudar, que lindo que isso seria, aliás, é nisso que acredito, que um dia, por eles próprios, decidem ir para o seu quarto, na hora certa, sem dramas, choros e treinos de sono ou lá o que lhes chamam.

Mas na realidade, sei que não foi nada disso que se passou. O Gui não faz ideia do que ir dormir naquele outro quarto significa. Primeiro, porque nunca lá dormiu de noite. Depois, porque até hoje nunca lhe falámos em dormir lá, ou que seria crescido quando o fizesse, logo, ele faz lá ideia que ali vai dormir sozinho? A única coisa que aconteceu foi dormir lá umas sestas aos fins-de-semana.. Mas ontem, sem sabermos porquê, saiu-lhe “queio domir na cama dos elefantes”.

Eu nem queria acreditar, fiquei quase para morrer, não estava a contar com isto! Acima de tudo, acho que sou eu que não estou preparada. Mas tudo bem, não ia dar parte fraca. Perguntei se tinha a certeza e expliquei apenas que eu e o pai iríamos dormir no nosso quarto na mesma. Para ele não ia mudar nada a adormecer porque um de nós iria com ele, como sempre. O meu problema era quando ele acordasse de noite e não nos visse lá. Claro que era tão simples como ir buscá-lo, ou como deitar-me lá com ele…mas parecia assustador dormir sem ele ali connosco.

O pai foi deitá-lo, adormeceu sem problemas. Eu fiquei na sala a imaginar como iria correr a noite, mas decidi esperar e arriscar, mal não teria! O pai já me tinha dito várias vezes que podíamos deitá-lo ali e se ele acordasse ir buscá-lo, mas sempre me opus à ideia e fui dando desculpas.

É aqui que entra a parte curiosa. Ora, em vez de ser eu a panicar e a chorar baba e ranho ou a ir buscá-lo…temos um pai que não se calou. Foi lá milhentas vezes ainda estávamos na sala…depois sugeriu, como quem não quer a coisa, ir buscá-lo e deitá-lo no nosso quarto quando fossemos dormir. Eu disse que não, então ele estava a dormir profundamente e íamos acordá-lo? Deitou-se comigo. Por volta das 3h da manhã eu acordei e perguntei “será que ele está bem?”, ainda não tinha acabado de perguntar e já o pai tinha saltado da cama com um “eu vou lá ver”. Estava bem, dormia.
Quando acordo, por volta das 5h30, reparo que estou sozinha na cama. Pensei que poderia ter adormecido e não ouvi o Gui chorar, senti-me péssima, como poderia isso ter acontecido? Fui espreitar, dormiam os dois no outro quarto e assim ficaram ATÉ DE MANHÃ!

Quando acordamos, perguntei se ele tinha chorado. Resposta do pai: Não!

Não? Então porque foste lá?

Pai engasgado: Meti o despertador e fui lá, para ele quando acordasse ver que não estava sozinho!

Então mas qual a lógica disso? SE ele acordasse, aí sim irias para lá ou trazias para a nossa cama.

Afinal pai, és tu que não queres! Agora já não aceito que te armes em bom a dizer “ah e tal, este fim de semana podíamos testar bla bla bla”. Eu bem vos vi, abraçadinhos a dormir 🙂