Lembram-se deste artigo que escrevi há umas semanas? Desde esse dia que o Gui passou a dormir no quarto dele, praticamente a noite toda.
Uma das minha preocupações quando tivesse outro filho era como gerir o co-sleeping. Não me aflige nada partilhar a cama com dois filhos, muito pelo contrário. Aquilo que verdadeiramente me preocupa é o sono do Gui. Nunca escondi que ele dorme “mal”. Não sei se é mal…mas dorme agitado, poucas horas seguidas, acorda com o zumbir de uma mosca (literalmente)! Sempre foi um bebé que acorda facilmente, e que quando acorda, tá pronto para curtir umas horas. No exacto segundo em que abre os olhos, começa logo a rir e a falar como se estivesse acordado há meia hora!
Logo, a simples perspectiva de ter um bebé recém nascido a chorar no mesmo quarto, a mamar, a trocar fraldas, me parecia assustadora! Já me imaginava acordada com os dois durante noites inteiras, porque uma vez que o Gui desperta mesmo, pode levar 1h a readormecer.
O quarto do Gui estava preparado há muito tempo, nunca teve cama de grades, mas passou a ter um colchão individual no chão. Nunca lhe falámos em dormir lá de noite, dormiu apenas algumas sestas no fim-de-semana e não estranhava. Relembro que o Gui, desde que nasceu, nunca dormiu sozinho ou no quarto dele em situação alguma. Naquele dia, do nada, pediu para dormir ali. A verdade é mesmo esta, nunca lhe falámos em dormir naquela cama, nunca o aliciámos, nunca lhe pedimos, nunca fizemos uma única tentativa. Li várias vezes que as crianças têm o seu próprio tempo, que quando estão preparadas se mudam para o quarto delas. Conheci vários testemunhos em grupos de pais que praticam co-sleeping e que relatam histórias parecidas à minha, mas nunca acreditei a 100% que pudesse acontecer connosco.
Não sei quanto tempo vai durar, não sei se o Gui vai querer voltar para o nosso quarto, onde é sempre bem-vindo. Não sei se quando o irmão ou irmã nascer ele muda de ideias e também quer estar perto de nós, mas até ver, as noites dele passaram a ser no quarto dele.
Para nós tem sido pior, na realidade! Nunca percebi bem como os pais preferem este cenário. Custa-nos muito mais ir lá 3 e 4 vezes por noite do que tê-lo ali ao nosso lado onde basta dar a mão para ele readormecer.Continuamos a adormecê-lo da mesma forma, deitados com ele, de mãos dadas e vamos lá sempre que ele chama. O que acaba por acontecer na grande maioria das vezes é que um de nós adormece lá com ele e demora a regressar. Ou seja, as noites lá por casa andam mais complicadas, o sono mais desregulado. Quando ele acorda mesmo, vai para a nossa cama e costuma dormitar por ali o último sono. O mais curioso é que nunca mais quis dormir no berço em sidecar. Dorme no meio de nós, mas recusa-se a ir para o berço, diz que a cama dele não é aquela!
Eu pergunto-me, como? De onde vem isto? Será que é o meu bebé a crescer?
Co-sleeping durante 2 anos que parece ter “terminado” agora, naturalmente, por ele, sem uma lágrima. Só assim faz sentido, não adianta forçar, deixem as coisas decorrer normalmente.
Se ele decide voltar? Pois que volte, havemos de conseguir gerir essa situação!
2016-05-30 at 12:14
É um alívio perceber que há quem pense como nós. Que afinal não somos desajustados, que afinal tudo indica que estamos no bom caminho.
Aqui as noites já foram mais calmas. Havia um sono inicial de 6/7 horas, maminha e depois dormir até de manhã. Para nós era perfeito. Agora há um sono de 4/5 horas que nas noites boas continua depois de lhe darmos a mão ou ele sentir a nossa cara mesmo de olhos fechados. Nas noites menos boas é como o vosso Gui. Acorda como se fosse dia e já chegámos a demorar um par de horas a conseguir que voltasse a dormir. E nestas noites paira assim uma dúvida, uns comentários de que dormem melhor no quarto deles, umas ideias que felizmente, até hoje não passaram disso. Ideias. Nem sempre é fácil mas na minha perspectiva ali, ao pé de nós, é onde ele está bem. Quer esteja a dormir ou acordado.
Obrigada. Beijinho para todos.