Não sei como é nas outras casas, mas na nossa, parece que reina sempre algum caos. Tentamos ser práticos, descomplicar e optimizar as rotinas, mas temos dois filhos e muitas tarefas que não podemos/conseguimos deixar pendentes, por isso, na maioria dos dias, sinto que estamos numa espécie de jogos olímpicos! 

Uma coisa é certa, em 6 meses, muita coisa mudou. Já estamos mais rápidos, mais eficazes e já levamos a coisa com mais facilidade. Basicamente, eu e o pai passamos o tempo numa espécie de dança sincronizada. Ele chega a casa, pega na Laura, o Gui fica eufórico, estamos ali num momento que eu gosto de apelidar como “momento histérico do dia”. Eles gritam, saltam, eu tento conversar “olá, o teu dia foi bom?” por entre muitos “papá olha, papá sabias?”, com sorte, 30 minutos depois vem a resposta. O testemunho fica, então, com um de nós que salta para a cozinha, e o outro dá banho e veste o Gui. Depois sentamos os 4 à mesa e começa a loucura, conseguimos jantar, falar, ouvir, ir vendo se eles comem, preparar frutas, apanhar coisas que voam, enfim, uma refeição sempre animada.  Eu costumo arrumar a cozinha (apenas o essencial) enquanto o pai dá banho à Laura e o Gui ajuda (e complica). Ele traz a Laura e passa o testemunho, lá vou eu dar de mamar e deitá-la enquanto ele preparar o Gui para dormir, lavar dentes, vestir pijama, essas coisas. Por fim, eu volto e leio a história e deito o Gui, ou passo logo para terminar a arrumação da cozinha se o pai já o estiver a deitar. Andamos sempre nisto. 

“passa aí a Laura que eu agora acabo!” 

“Já cozinhei até meio, falta colocar o arroz” 

“Aí tens o Gui, já fez xixi e já só falta colocar o creme na cara” 

“Tens aí de volta a Laura, já sequei o cabelo, só falta o soro no nariz” 

Depois ainda existem todas as outras tarefas do dia-a-dia, aquelas que não são fixas. Arrumar brinquedos espalhadas, preparar mochilas e roupas para o dia seguinte, tentar que a sala não fique a parecer um campo de guerra, preparar marmitas para o almoço, escrever para o blog,…

Estão a perceber a ideia, não estão? A nossa corrida tem um objetivo, despachar tudo a horas, manter as rotinas deles, evitar que fiquem cansados ou irritados e, confesso,  tentar ainda ter aquele momento maravilhoso do sofá no final do dia. Na verdade, raramente chegamos à parte do sofá, pelo menos acordados. 

É bom trabalhar assim em equipa, só nos imagino assim. Somos uma boa equipa. Mas, por vezes, somos também uma equipa cansada, a precisar de sofá, acompanhado de um copo de vinho, enroscados a ver um bom filme. Talvez daqui a uns anos.