És um menino. O meu eterno bebé que já não aceita que o vejam como tal. Tanto foi dito sobre ti, sobre o teu comportamento. Tanto que te foi exigido, talvez por mostrares sempre estar um passo à frente. Mas tu estavas apenas a crescer. Hoje és um menino. És amoroso. Tímido e extrovertido. Como se explica que possas conversar com qualquer pessoa, que sejas tão sociável e, ao mesmo tempo, tão recatado? Gostas de aprender, a tua curiosidade é insaciável. Passas por tantas fases em que absorves tudo o que podes. Peixes, planetas, letras, números, super-heróis. Agora, sabes o nome de todos os dinossauros e sonhas dia e noite com eles. Queres uma festa dos dinossauros e estamos ansiosos por ver a tua reacção. Adoras a escola, brincar com os teus amigos, aprender. Pedes todos os dias para ir. Às vezes, perguntas se te posso ir buscar mais cedo. Outros dias, pedes para te ir buscar quando já for de noite. Não estás calado mais de 10 segundos. Tens sempre tanto para dizer, acima de tudo, para perguntar. Queres compreender como tudo funciona, como se escrevem as palavras, como se extinguiram os dinossauros, como se fazem os bebés. Adoras a Laura. Adoras ser o irmão mais velho. És cuidadoso, atento, prestável. És tu quem lhe dá a mão. És tu quem a ajuda a levantar-se quando cai. Explicas-lhe como se dizem as palavras. Pedes abraços. Dás-lhes beijos na testa e nas mãos, os beijos espontâneos mais bonitos que eu já vi. É sempre a tua Laurinha. Ainda há pouco, assim que entraste em casa, gritaste “Laurinha, anda para a rua brincar”. Esta tua fase está a ser incrível, adoro as nossas conversas. Especialmente, aquelas que temos antes de adormecer. É tão bom conhecer-te a fundo, é estranho ninguém te conhecer como nós, mas faltar esta parte que nos revelas agora, os teus pensamentos, o teu modo de ver o mundo. Preocupas-te com os outros, talvez até demasiado. Compreendes o mundo dos adultos, à tua maneira pequenina e tentas intervir para ajudar. Perguntas sempre se estamos tristes quando algo não corre bem. Este fim-de-semana trouxeste-me um ramo de rosas de plástico, porque no dia anterior eu brinquei a dizer que o pai só tinha trazido brinquedos para vocês. Nunca te esqueces de nada, de ninguém. Ainda tens os teus momentos de frustração, mas não sabemos o que é um birra tua há muito tempo. Falas imensamente alto, estás sempre a gritar, e quando te pedimos para falar mais baixo, dizes que depois não te ouvimos bem. Estás numa fase em que passas o tempo a rir, muito. Tudo te faz rir, chega a ser irritante, mas também muito contagiante, acabamos tantas vezes todos a rir.
Estás ansioso por fazer 4 anos. Perguntas todos os dias se já é dia 28. Queres crescer e eu peço-te sempre para aproveitares muito, porque ser criança é tão bom. Eu queria poder congelar o tempo, ter-te assim mais tempo, nunca me canso de ti, nem por um segundo. És o nosso primeiro amor. E estás tão crescido.
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