Nunca foram eles. É o mundo. Sinto-me exausta. Não consigo estar permanentemente feliz, mesmo sabendo que o meu coração às vezes não aguenta tanto amor. É estranho, não é? Acharmos que não podemos ser mais felizes, mas sentirmos este aperto que nos faz sentir infelizes, mesmo sem motivos. Não são as noites longas. Não é por estar em casa a acompanhar cada sorriso da minha filha. Não é por amamentar mais vezes durante o dia do que as que conseguiria contabilizar. Não é este estado puro da Mãe em que me tornei. Não são os gritos pela casa de alegria, porque esses são os que preenchem o vazio. Sinto que preciso de silêncio, mas não deles. Preciso de espaço à minha volta, mas sem eles longe do meu colo. Nos dias piores, nos que custam mais a passar, naqueles em que sinto que pouco resta de mim mesma, ou quando o medo de não ser ninguém com eles longe de mim é maior, é neles que reside a calma. São sempre eles. É nos únicos sorrisos transparentes que conheço. Nas mãos que me dão enquanto dormem. É nos beijos que não lhes peço. Nos olhares que me desarmam. Quanto tudo parece escuro, quando me passa pelo pensamento que talvez seja por estar em casa e ser tudo tão duro, ela pede-me para mamar uma vez mais e os olhos dela nos meus enquanto adormece, fazem-me ter a certeza que está tudo bem. Eu sou deles porque assim quero. E sou muito grata por isso.

Está tudo bem.

Não me digam que preciso de espaço e de ser para além deles. Se querem ajudar-me, preciso que entendam quem eu escolhi ser.