Desde sempre que sonhei ter mais do que um filho, dar irmãos aos meus filhos. Quando o Gui nasceu, apesar de durante algum tempo achar que não estava preparada para ser novamente mãe, sabia que se pudesse lhe daria um irmão ou irmã. Somos muito gratos por termos tido esta oportunidade e estamos confiantes que vamos ser os quatro ainda mais felizes e que o Gui vai ser um irmão mais velho maravilhoso.
O lado bom é simples de ver, os pontos positivos, as mudanças para melhor. Mas mentiria se dissesse que não tenho receio.Tenho medo do que aí vem, tenho medo da enorme mudança que a nossa vida vai sofrer nos próximos meses. Tenho medo do que o Gui vai sentir ao deixar de ser o meu único filho, o meu único amor. Com a aproximação do dia em que vamos conhecer a Laura, também têm aumentado estes medos. Como vou deixar o Gui no dia do parto? E se fico mais dias do que previsto? O que ele vai sentir estando pela primeira vez longe de mim? Vou ter a Laura no meu colo aconchegada, mas vou sentir-me incompleta. Sinto-me quase a trair o meu filho, sinto-me culpada por saber já que esse dia chegará. O colo vai passar a ser de dois. O amor multiplica-se. Será que vou deixar de dizer o que lhe digo agora? Todos os dias lhe digo que ele é o meu grande amor, o amor da minha vida. Todos os dias lhe digo que ele é o que mais amo neste mundo. Nos últimos dias tenho tentado, a muito medo, acrescentar que ele e a Laura são os meus filhos, os meus amores. Ele diz que sim e repete “eu e a laura”. Mas ele ainda não sabe. Ele ainda não me viu beijar, dar colo, amamentar, adormecer, cantar para outro bebé. Uma noite destas simplesmente não conseguia adormecer porque tudo isto me estava a causar uma enorme ansiedade. De repente, senti que errei, que devia ter esperado mais, que ele ainda é tão pequeno, ainda é o meu bebé, que eu afinal anda quero ser só dele e ele só meu mais uns tempos.
Isto fez-me sentir ainda mais culpada, pedi desculpa à Laura. E depois percebi, lá vem a maldita culpa das mães. Não posso deixar. Neste momento ainda não sei o que é amar dois filhos de igual forma, mas sei que esse dia acontecerá de forma natural. Agora já sei que amor é este que todos os pais falam, por isso, estou serena porque sei que esse amor avassalador pela Laura entrará no meu coração naturalmente. Só que nesta nova equação da nossa família, já não somos apenas nós a caminho da maternidade para conhecer o nosso primeiro filho. Somos nós a caminho da maternidade para conhecer a nossa filha…e uma parte de nós ficar em casa à nossa espera. O meu coração só poderá estar novamente completo quando tiver o dois no meu peito. Talvez nesse momento todos estes receios se calem, talvez nesse dia o meu coração sossegue…
mas hoje precisava de dizer isto. Hoje tenho medo.
2016-09-20 at 17:03
Como a compreendo, embora ainda não tenha passado pela sua situação… sou mãe de um menino de 18 meses e sempre desejei ter mais do que um filho… Acontece que agora olho para o meu filho e sinto exactamente como se estivesse a traí-lo se tiver outro filho! É um sentimento de culpa terrível que não deveria de existir!
Espero que seja apenas um sentimento passageiro e que quando pensar em dar um irmão ao meu filho, o amor se multiplique e sejamos uma família de 4 feliz!
Parabéns pelo seu blogue e pela sua linda família.
Mariana Monteiro
2016-09-26 at 20:13
Tens de ouvir a musica “The Best Day” da Taylor Swift 🙂