Este filme é obrigatório para quem tem filhos. Uma viagem pelos primeiros anos da nossa vida, numa altura em que ainda desvalorizamos tanto aquilo que um bebé sente quando abre os olhos pela primeira vez. Este é um filme sobre a importância do vínculo, sobre a importância da nossa presença constante nos primeiros anos de vida dos nossos filhos. São estas vivências, são estes momentos, é este investimento que fazemos que vai ajudar a definir que tipo de ser humano colocámos no mundo.

Pegar num bebé ao colo pela primeira vez é sempre uma das experiências mais arrebatadoras na nossa vida. Nada nos prepara verdadeiramente para esse momento e nada nos pode ensinar a cuidar do nosso bebé, porque a magia de tudo isto, é que todos eles são seres únicos, não há repetições, não há livros que nos digam tudo, não como saber o caminho exacto. O outro lado maravilhoso é que estas respostas todas, saber como podemos lidar com o nosso filho, saber o que fazer, saber como educar, estão dentro de nós, fazem parte do nosso instinto, cada vez mais silenciado pela sociedade e pelo ritmo alucinante onde vivemos.

Vão existir dias duros na caminhada de sermos pais, vão existir dias em que falhamos. Mas ajuda ver o lado deles, ajuda pensarmos no incrível caminho que os nossos filhos fazem desde o momento que são concebidos, a viagem impressionante até estarem nos nossos braços, o amor incondicional que um bebé sente pelos pais é uma lição de vida. Eles amam-nos como somos, mesmos quando erramos. Eles amam-nos sem fim, querem a nossa presença constante, ao ponto de não precisarem mais nada. Todos somos pais diferentes, amamos de forma diferente,e ninguém nos aceita como nos aceita o nosso filho. Com o tempo, fomos sendo formatados a pensar que devemos “dominar” o nosso bebé, não o habituar mal, não lhe dar tudo o que pede, negar o colo, habituar a dormir na cama dele, a estar sozinho mais tempo…fomos-nos afastando do nosso melhor instinto, o que nos leva a amar os nossos filhos sem fim. Não é à toa que durante a gravidez sentimos uma enorme ansiedade de conhecer o nosso bebé, de o cheirar e tocar. São as hormonas do amor em força, que nos levam a querer estar sempre coladinhas à nossa cria.

É fundamental recuperar isto, deixarmos as mães (e pais) serem isso mesmo. Não há nada de errado com o nosso bebé quando só quer colo, não há nada de errado com o nosso filho que só quer atenção e não sabe brincar sozinho, não há nada de errado com o nosso filho que nos desafia dizendo não, que atira coisas ao chão, que testa os limites. Não há nada de errado. Está apenas a crescer. A descobrir o seu lugar neste mundo. Tudo aquilo que precisam é de nós. Pode ser desgastante sentirmos que alguém é tão dependente de nós, que necessitamos investir tanto de nós, do nosso corpo, do nosso tempo, da nossa vida. Mas quando olharmos para trás no tempo vamos perceber que afinal foi tão pouco. Passou tão rápido.

One of the biggest discoveries in neuroscience is: When a person is born, it is not just a genetic load. We are formed by our genetics, combined with our relationship with everything around us. Be – The Beginning of Life investigates what separates us and what is essential to all of us, how we can create a better society by investing in the first years of our lives.

“O Começo da Vida”