Hoje a Laura esteve sem mamar 7 horas seguidas. Eu sei que isto é natural para a maioria dos bebés de 18 meses. Mas, para nós, foi a primeira vez. Normalmente, a Laura mama quando quer e isso significa muitas mais vezes do que aquelas que eu consigo contabilizar. Por vezes de hora a hora, às vezes mais, depois lá vem um intervalo maior, mas regra geral, há maminha a toda a hora. Vivemos bem com isto, mas existem aqueles momentos em que, por alguma razão, eu estou cansada e começo a desesperar. Quando ela é mais persistente, tento distraí-la com alguma coisa, especialmente quando já tenho o Gui comigo e também quero estar disponível para lhe dar atenção.

Depois as noites, aquelas em que juro que vou deixar de mamar no dia seguinte, sabendo perfeitamente que a culpa não é da mama.

Hoje, enquanto ela não pedia para mamar, só pensava no quanto me arrependia dos dias em que lhe pedi para me deixar um bocadinho. Controlei-me muito para não oferecer, porque quero respeitar sempre o ritmo dela. Os bebés guiam a amamentação e, no nosso caso, isso tem sido possível desde o dia 1.

Não estou preocupada, porque sei que foi um dia diferente, uma excepção, ela adormeceu fora de horas e no carro, logo não mamou para adormecer, dormiu 2 horas, depois almoçou tardíssimo e comeu bem, brincámos e ela esteve distraída até irmos buscar o mano à escola. Depois disso, mamou 4 vezes. Está tudo bem e eu acredito que o desmame ainda esteja longe. Mas o que eu consegui perceber foi que, apesar do cansaço, das noites sem dormir, da disponibilidade toda que tenho que ter, da dependência dela, sou eu que também ainda não estou pronta para um desmame. E hoje, enquanto ela não mamava, eu só conseguia sentir saudades e um aperto, porque sei que um dia, esse momento chegará.

Bipolaridade de mãe.