E quando a nossa bebé que sempre comeu maravilhosamente bem e com vontade começa a recusar a maior parte dos alimentos? O que fazer?

Na maioria das vezes, não devemos fazer absolutamente nada! Devemos continuar a oferecer alimentos variados, sem nunca forçar. Podemos tentar variar mais, escolher outros alimentos, perceber se é apenas falta de apetite ou preferência por outros alimentos, o que é bastante frequente! A maioria das crianças passa por fases em que perdem o apetite, ou recusam mesmo, na totalidade, qualquer alimento. Outras, começam a comer apenas de um grupo de alimentos, ou só alimentos de uma cor específica (sim, isto é muito frequente). Normalmente, o melhor a fazer é mesmo esperar que passe, respeitar a criança, sem grandes dramas ou alaridos, porque estamos sujeitos a criar um trauma na alimentação que ainda não existe, sendo apenas uma fase.

A Laura sempre comeu bastante bem. Como sabem, cá em casa optámos por não seguir uma alimentação tradicional e a Laura come sozinha, desde os 6 meses, e come praticamente tudo o que nós comemos cá em casa. Até agora, resultou maravilhosamente bem, até bem melhor do que eu esperava, porque é mais que expectável que, durante as primeiras semanas ou até mesmo meses, os bebés comam muito pouco.

De há umas semanas para cá a Laura foi perdendo o apetite. O nascimento dos molares não lhe facilitou a vida, juntamente com a chegada aos 12 meses, altura em que há um decréscimo normal do apetite. Por isso, tem sido mama o dia inteiro. Também existem muitos casos em que, chegando a esta fase, os bebés procuram mais mama, especialmente se a mãe está por perto. No meu caso, estando a tempo inteiro com ela, isto torna-se ainda mais evidente. Não vou mentir e dizer que não me incomodou nem um bocadinho, porque incomodou. Sabemos sempre a teoria toda e até somos capazes de ajudar outros pais que passam pelo mesmo, mas quando nos toca a nós, claro que ficamos mais apreensivos e preocupados. Tentei perceber se não existia nenhum motivo de saúde por trás desta perda de apetite, e como ficou claro que não, resta-nos ser pacientes e, acima de tudo, respeitá-la. Continuo a oferecer sempre a refeição, tentei variar e dar-lhe alguns alimentos novos, mudei alguns horários e uns dias corre melhor que outros. Já está, finalmente, a voltar a comer com mais vontade.

Uma coisa que nunca fazemos cá em casa é estipular quantidades ou medir a comida que lhe oferecemos. A quantidade no prato é aquela que achamos adequada para ela e temos apenas mais atenção em relação à quantidade de proteína, por exemplo, mas sem medidas exactas ou stresses em relação a isso. As crianças não comem todas a mesma quantidade, nunca fez sentido para mim achar que os bebés devem TODOS comer 150ml de sopa, e se um bebé quer mais já está a ser alarve, se não quer tudo, está a comer mal. Isto é demasiado generalista para fazer sentido. Claro que é importante termos alguma noção das quantidades, mas acima de tudo, devemos observar a criança, avaliar vários factores, como o bem estar dela, a saúde, o apetite geral, o historial familiar…porque nós não somos máquinas a comer todos o mesmo e nas mesma quantidades. O que mais me preocupa é garantir que lhe ofereço alimentos saudáveis e variados, que fujo do açúcar e dos alimentos processados, o resto é ela quem dita, sem dramas.

Vamos ver até quando dura esta fase…até lá, resta-me arranjar forças para tanta falta de vontade em comer e tanta vontade de estar mais próxima de mim.