Hoje tinha planeado partilhar as atividades que fizemos ao longo do dia. Foi um dia cheio, divertido e aproveitámos muito. A Laura quase não dormiu a sesta. Eu não consegui passar a ferro, olho para o cesto e parece-me igual a ontem. Como não descansou como devia, foi ficando irritada ao longo da tarde, mamou mais, pediu mais colo, esteve menos predisposta a brincar. Eu dancei com ela ao colo, o que é tão bom, mas deixa marcas. O pai chegou, trouxe o Gui. Ele quis a minha atenção. Ela pediu ainda mais colo. Ele cozinhou por entre chamadas de atenção, gritos, choros. Eu queria escrever o artigo que idealizei. Consegui editar as fotografias, adiantei o texto. Jantámos a correr. Pensei terminar enquanto adormecia a Laura. Foi difícil deitá-los. Terminei o texto mas a porcaria da aplicação deu um erro no telemóvel. Desisti. Disse uns quantos disparates. Desci as escadas e observei. A casa está caótica. A cozinha por arrumar. O cesto cheio de roupa. As minhas costas estão a doer. Ainda por cima veio-me o período ontem.

Alguém me deixou um comentário ontem e disse que eu devia ser uma mãe perfeita. Em tom depreciativo, claro.

Desculpem se não gosto de vos despejar estes dias em cima. Mas sim, eu sou uma mãe, longe de ser perfeita, com uma vida da treta às vezes, como todos nós. A minha casa desarruma-se e sou eu que a arrumo, suja-se e temos que a limpar, passo a ferro e trato da nossa vida. E sim, brinco muito com os meus filhos e faço disso uma prioridade, mas não é porque posso, é porque quero muito que assim seja. Escrevo um blog e faço-o por muitos motivos, mas não, não é porque ganhe alguma coisa com isso, ou porque vá ficar famosa, como muitas pessoas pensam.

Há quem fique mais feliz por saber isto. Hoje, sou tudo menos perfeita. Hoje, parece tudo bastante mau. Talvez eu seja só isso mesmo, uma mãe banal. Como tantas por aí.