Passar a manhã com ela no parque. Devagarinho. Sem saber que horas são. Só a vê-lá caminhar de um lado para o outro. Observar como interage com os outros. Perceber o que a faz sorrir, o que a faz correr para mim, o que a faz querer ir mais longe.
Demos pão aos patos. Ela comeu metade do pão.
Almoços bons, leves, em sítios bonitos e na melhor companhia.
Ver a cidade onde moro há 10 anos, através dos olhos dela. Deles. Em 10 anos, nunca me demorei tanto a ver passar os moliceiros na ria, a perceber o quão bonito é o jardim do Rossio, o quanto me faz sorrir quando ela corre e todas as pombas voam ao mesmo tempo. Só ela me faz descobrir sítios novos, num sítio que eu pensava que já conhecia.
Quando fui mãe pela segunda vez, todos me diziam que ele iria querer tempo só dele. Tempo de filho único. Mas não, ele nunca nos pediu para ter mais atenção, para estar sozinho. Nunca. Sou eu que preciso disso, tenho saudades de estar só com ele. Hoje, fomos sozinhos à piscina. E isso fez-me feliz.
Depois chego a casa, e ela estende os braços para mim e grita “mãeeeee” como se não me visse há meses. Nunca me senti tão amada. E tão grata. E tão feliz. E tão completa.
Antes de dormir, ele pergunta-me sempre quantos beijos eu quero. Hoje foram 1129.
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