Hoje celebra-se o dia internacional da mulher. O objectivo deste dia é relembrar as inúmeras lutas que muitas mulheres travaram (e travam) por melhores condições de trabalho, pelos seus direitos, pela igualdade salarial. A ideia deste dia não é celebrar, não é a mulher em si, mas sim reforçar que esta luta continua, que ainda há muito a fazer, que ainda temos um longo caminho. 

Basta olharmos para o lado e certamente teremos dezenas de exemplos de situações em que mulheres, conhecidas, colegas de trabalho, amigas, mães, ainda se encontram em situações delicadas no trabalho, as condições oferecidas raramente são iguais às de um trabalhador homem, e mesmo a oferta de trabalho fica reduzida considerando o papel da mãe na maternidade. 

Algumas mulheres escolhem também ser mães. E como este blogue é sobre isso mesmo, vamos falar sobre as mulheres-mães. As mesmas que são colocadas em situações delicadas no trabalho quando decidem engravidar. As mesmas que são dispensadas, cujos contratos terminam do nada. As mesmas que são ameaçadas, pressionadas, vítimas de violência verbal ou psicológica. Mulheres que chegam a ter medo de serem mães. Mulheres-mães que se vêem forçadas a entregar os filhos noutras mãos, porque o trabalho não espera. Mulheres que vão a entrevistas e lhes é dito diretamente que preferem contratar um homem, para não correrem o risco de passar pela gravidez e licença. Tantas mulheres assim. 

Felizmente, nunca passei por essa situação. Mas cruzo-me com muitas mulheres assim. Quando eu decidir regressar ao mundo do trabalho, talvez dê de frente com esta realidade. É mais difícil conseguir um trabalho quando se tem dois filhos em casa. As leis estão erradas. Não privilegiamos a família, os filhos, os direitos das mulheres, a importância que é estar presente pelo menos nos 3 primeiros anos. 

Hoje o meu abraço é para ti, mulher-mãe que vives este drama no trabalho. Que te viste sem trabalho por seres mãe. É para ti, mulher-mãe, que ficaste em casa a tempo inteiro e que te fazem sentir que não estás a ser útil. Para ti que passaste pela crueldade de deixar os teus filhos com 4 meses. E para todas vocês, todas as mulheres que lutam contra isto, que tentam mudar as coisas, que se fazem ouvir. Porque ainda há tanto a fazer.