Sempre que publico sobre amamentar a Laura e a forma como encaro isso, recebo mensagens de mães que se admiram com a minha determinação e com o facto de correr tudo tão bem. Uma das mães disse-me que invejava a forma como eu levava as noites mal dormidas e as horas que a Laura mama.

Isto fez-me pensar que talvez esteja a falhar na mensagem que tento sempre passar no meu blog. Por trás destas palavras, destas fotografias maravilhosas, também há uma mãe farta e aborrecida. Uma mãe que se chateia (tantas vezes). Se me farto de amamentar a Laura? Claro que sim! Todas temos os nossos dias, especialmente, depois de noites que não sabem a descanso. Às vezes, estou tão cansada que digo disparates. Muitos. Às vezes, não me apetece amamentar. Às vezes, gostava que ela não dependesse tanto de mim. Às vezes, sinto que estou a fazer tudo errado e que sou uma mãe da treta. Às vezes tenho mau aspecto e a minha casa está caótica. Às vezes, eles deixam de ser os filhos que eu conheço e só gritam e choram e exigem. Às vezes, só queria desaparecer um bocadinho.

Isto é comum a todas as mães. Desconfiem sempre de uma mãe sem medos, de uma mãe sem dias maus, de uma mãe sem dúvidas, de uma mãe que não diz disparates, de uma mãe perfeita. Porque perfeitas, só mesmo aos olhos deles, os nossos filhos.

Como é que eu aguento? Porque no final de tudo, quando os dias menos bons terminam, quando eu me deito, quando eu olho para eles, tudo vale a pena. Como é que eu sou tão feliz a amamentar? Porque não amamentei o Gui (e é por isso que entendo quando recebo tantas mensagens de mães que se sentem tristes por não ter amamentado, ou que não se sentiram bem a fazê-lo) e agora deixei-me ir, deixei-me conduzir e, finalmente, percebi a magia que outras mães me descreviam.

Para amamentar não basto eu e a minha filha. Para amamentar eu preciso disto. O apoio deles.

 

Fotografias lindas da Cátia Teodoro. Se ainda não conhecem, então passem já pelo facebook dela!