Desde que sou mais adulto que gosto de cozinhar. Não sempre, mas na maioria dos dias, é uma ótima forma de descomprimir e descarregar o stress do dia de trabalho ao chegar a casa. Como a Mãe mostrou há dias, o Guilherme agora gosta de se juntar a nós na hora de cozinhar, está a tornar-se um verdadeiro mini-chef! Se por um lado a preparação da refeição é mais lenta e caótica, por outro, são mais uns minutos preciosos de interação ao final do dia…
Assim, segue a receita para uma salada de primavera que podem fazer com a ajuda dos vossos mini-chefs!

Ingredientes

2 pais stressados

1 (ou mais) filhos

1 cadeira

1 molho de agriões

queijo feta q.b. (aos cubinhos)

1 lima (sumo e raspas)

frutos secos q.b. (noz ou amêndoa)

ervas para temperar (oregãos, cebolinho, salsa…)

fruta laminada (maçã ou laranja)

paciência q.b.

atenção q.b.

Preparar e arrumar

Ensinar os nossos filhos a arrumar é daquelas tarefas de parentalidade mais desafiantes. Apesar de por vezes o Guilherme ser muito desarrumadinho, na cozinha ele está numa fase em que fica sempre entusiasmado por ajudar os pais, quer seja a arrumar coisas ou a “preparar” a refeição.

Para ajudar a preparar esta salada, o que faço é ir-lhe dando os vários ingredientes para ele levar para o balcão da cozinha. Vai tudo saindo iterativamente do frigorífico para a banca. Assim, para esta salada, é só colocar tudo de forma a que o vosso ajudante consiga transportar para o local onde vão cozinhar.

Outro exemplo paradigmático do que ele ajuda nesta tarefa passa-se quando fazemos sumo de laranja. Não é que o Guilherme adore sumo de laranja, mas adora ajudar a fazê-lo. Começo por pedir-lhe para colocar algumas laranjas em cima do balcão o que ele cumpre com afinco. Depois ele sobe para a cadeira e vamos “espremendo” os dois as laranjas. Feito o sumo, coloco as meias laranjas vazias de forma a que ele as consiga transportar para o lixo, e ele cumpre super satisfeito.

Temperar e distribuir

Outro aspecto positivo de ter o ajudante Gui na cozinha é que ele aprende as formas e nomes dos vários ingredientes, desde couve-roxa a carne rosa de frango. Além disto, também percebe o que pode ou não mexer, diferenciado facilmente facas grandes de colheres.

Nesta fase da preparação da salada o ajudante fica mais passivo, apenas a observar e absorver. É importante preparar tudo o que envolve cortes em segurança. Depois disto, é deixá-los divertirem-se com os ingredientes. O mini-chef pode pegar no agrião e colocá-lo numa taça, juntar os cubos feta um por um, e acrescentar a fruta laminada. De seguida é altura de temperar: por o sal ou acrescentar ervas a uma salada também é algo que eles podem fazer sem problema… Sim, há sempre mais espalhafato e bagunça, mas ele fica bem entretido no meio disso!

Quando preparamos uma pizza caseira, a tarefa preferida do Gui é pegar em coisas e troca-las de sítio. Quem diria que distribuir fiambre e cogumelos pela pizza pudesse ser tão divertido para um criança de dois anos?.

Misturar e mexer

Depois de tudo colocado na taça, adicionem as raspas da lima e espremam bem o sumo por toda a salada.

Por fim, chega a tarefa que eles acham mais divertida. Misturar e mexer coisas. Depois de preparar tudo e juntar os vários ingredientes numa taça, é altura de misturar tudo bem misturado.

O meu conselho é que não se preocupem com a sujidade. Deixem-nos mexer com as mãos! É bem mais divertido…

Quando fazemos uma salada com tomate ou outro ingrediente mais molhado, ele só mexe com uma colher. Mas nas saladas “secas” ou com ingredientes mais sólidos deixo-o sempre mexer tudo com as mãos, com o cuidado de não estragar alimentos (e de não sujar muito o balcão para a Mãe não se chatear…).

Servir

Com tudo bem misturado, basta levar para a mesa e servir. Esta salada fresca é ótima para aligeirar refeições mais pesadas como massas gratinadas ou carnes grelhadas.


Honestamente, lá em casa, ainda não conseguimos que o novo ajudante de cozinha coma todas as coisas que faz. Mas, só o simples facto de ele se interessar e querer ajudar já é o suficiente para que o (aumentado) esforço de preparar a refeição com ele ao nosso lado valha a pena (e pode ser que daqui a uns anos seja mais fácil convencê-los a lavar a louça!)

E em vossa casa? Os mini-chefs já ajudam na cozinha?