Não sabia que o da 26 seria o último dia que te teria ainda só para mim.Tinha acabado de completar 40 semanas, começava a sentir aquele nervosismo, aquela ansiedade para saber quando iria acontecer. Começava também a sentir algum cansaço e a ter medo de não ser capaz, aquele típico medo que nos vai sendo incutido discretamente por todos, pelas pessoas à nossa volta que começam a questionar diariamente se já nasceu, pelos médicos que nos vão apontando uma data derradeira depois da qual não esperamos mais.

No dia 26 fui, pela primeira vez, ao hospital. Combinei lá com a minha médica, já não íamos fazer mais consultas no privado, ela pediu para eu passar pela urgência para ser observada. Tinha medo de ir, decidi que apenas iria se me sentisse bem, sem sinais à vista, porque como sabem o plano era a Laura nascer na Póvoa. Fiz o primeiro e único ctg da gravidez e a médica disse que estava tudo hiper atrasado. Queria fazer-me o “famoso toque” que mais uma vez recusei. Apesar de ela respeitar sempre a nossa vontade, continuava a referir as 41 semanas como limite e isso deixou-me angustiada à saída do hospital. Queria tanto que a minha filha nascesse naturalmente, por ela.

O Pedro passou o dia comigo, aturou estes desvarios, ouviu-me, consolou-me e disse-me que íamos passar o dia a fazer coisas que andávamos a falar há vários dias e não fizemos.

  • Fomos comer kebab, evitei durante a gravidez e soube-me tão bem neste dia!
  • Fizemos umas compras para a Laura.
  • Comprámos a prenda que a Laura deu ao Gui no dia que nasceu.
  • Comprei uma roupa nova para eu usar no dia da saída da maternidade (que depois nem usei).
  • Fomos beber um café num dos nossos sítios preferidos em Aveiro, conversámos muito sobre os meus medos sobre o parto.
  • Fomos buscar o Gui mais cedo.
  • Lanchámos croissants de chocolate quentinhos.
  • Dei um banho de espuma ao Gui.
  • Assistimos novamente ao documentário Renascimento do Parto, adoro! Podia ver mil vezes e acho que é um excelente documentário para todos as grávidas na recta final verem, ajuda-nos a focar no nascimento, a visualizá-lo, imaginá-lo.
  • Comi bolachas molhadas em leite quente.
  • Adormecemos com o Gui no meio de nós.

Às 6h50 começou a aventura e às 13h05 tinha a Laura no meu peito.