Ontem participámos num workshop sobre Mindfulness e auto-cuidado com a Ana Machado, no Little Lotus em Aveiro. Foi super interessante, já que este é um tema ao qual me dedico já há bastante tempo. Entre muito do que se falou ali, fiquei a pensar naquilo que mais preciso melhorar em mim que é, sem dúvida, cuidar mais de mim própria.  Não significa necessariamente arranjar-me mais, maquilhar-me ou fazer as unhas, também não significa que tenha que ir ao ginásio ou ao cinema com amigas. O que significa é que nunca nos podemos esquecer de olhar para nós próprias, mesmo sendo mães. Ser mãe é o papel da minha vida. É assim que me sinto realizada e feliz. Não estou a trabalhar, estou a tempo inteiro com a Laura e não me imagino a fazer mais nada. Mas isto não significa que deixei de existir enquanto mulher, amiga, profissional. Cuidar de nós tem várias fases e depende muito de cada pessoa e das suas necessidades pessoais. Nesta fase da minha vida, sair sem a Laura, sair sem os meus filhos, sair com amigos, não é um desejo que eu tenha, não me iria sentir feliz assim, sou feliz com eles por perto, especialmente a Laura que nesta fase está sempre colada a mim. Obviamente, daqui a alguns meses, ou quando sentir essa vontade, isso poderá passar a ser parte de cuidar de mim, ter um momento meu, um momento com uma amiga, uma saída sozinha. 

Neste momento, cuidar de mim é prestar mais atenção ao que eu penso, saber que existo, que ser mãe não me anulou, que posso e devo fazer pequenas coisas que me façam sentir bem. Pode ser algo simples, como incluir-me nas prioridades do dia. Tomar banho. Tomar um café antes de todos acordarem. Ver um filme no sofá com o marido. Comer melhor. Dedicar-me mais ao blogue. 

É muito importante cuidarmos de nós mesmas. Eu sei que se me sentir bem, vou ser melhor como mãe também. Custa, mas admito que por vezes culpo os meus filhos por coisas que eu que podia mudar sozinha. Nos dias mais duros, culpo-os de não ter tempo para nada, culpo o pai se ele chega mais tarde e não me ajuda, culpo-os de não conseguir fazer nada. Mas a culpa não é deles. É minha. Eu sei que posso mudar isso. Sem culpas também. Se eu pensar em mim, se cuidar de mim, se me sentir bem comigo mesma, se colocar o que gosto também no topo da lista, se tirar alguns momentos para mim, só vou ser melhor enquanto mãe. Porque somos mães, mas seremos sempre mulheres. E podemos escolher viver todo o poder dessa conjugação dos dois papéis. 

Há por aí mais mães que se sentem culpadas quando cuidam de si mesmas, mas que também se sentem culpadas se andam mais desleixadas?
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