Eu achava que não te podia vir a achar mais incrível. Mas estava enganada. Consegues surpreender-me sempre. Com 3 anos, és o ser humano mais especial que eu conheço e não há ninguém que eu consiga admirar mais do que a ti. Foi como se tivesses estado durante 3 anos a absorver tudo o que te dissemos, para agora te transformares nesse miúdo espectacular. De repente, tudo aquilo que parecia problemático em ti, se tornou simples e fácil. És meigo, meigo como nunca tinhas sido. Enches-nos de beijos a toda a hora, a nós, aos avós, aos nossos amigos mais próximos, a quem cuida de ti na creche… dizes que eu sou a tua “pincesa mais linda do mundo” e que os meus beijos são deliciosos. És carinhoso, atencioso e preocupado. Queres sempre ser útil e quando sentes que ajudaste, ficas ainda mais motivado a ser prestável. Ainda ficas frustrado com alguma facilidade, tens um choro rápido caso as coisas não corram como queres, quando não consegues encaixar uma peça dos lego no sítio certo, ou quando as sapatilhas não entram à primeira. Sabes contar, e o que mais admiro em ti, é que tu nunca decoras nada, não dizes números por dizer, tu queres entender tudo e só quando percebes e as coisas fazem sentido é que aprendes de facto, e eu fico de boca aberta com essa tua forma de ver o mundo. Tens uma necessidade enorme em compreender as coisas e, talvez por isso, fazes tantas e tantas perguntas difíceis de responder. Estás a aprender a brincar com os teus amigos, a partilhar o teu mundo e as tuas coisas, e eu respiro fundo, porque afinal bastava esperar. Adoras andar de bicicleta, de trotinete ou qualquer outra coisa que se pareça com desporto, queres escalar tudo, trepas às árvores, saltas de sítios tão altos que fazes quase o meu coração parar de medo. Estás tão alto. Tão crescido. E adoras isso. Todos os dias me perguntas se já cresceste mais um bocadinho. Vais muitas vezes pesar-te na balança e ficas orgulhoso dos teus 15kg. Queres ser grande e quando te digo para não teres pressa porque ser criança é o melhor do mundo, tu dizes que vais sempre ser criança, mas uma criança mais crescida. Não gostas muito das ondas do mar, mas adoras praia, sol, parque, relva, terra, insectos, paus e pedrinhas. És destemido, mas também cauteloso. És doce, mas também agridoce quando assim tens de o ser.
Fazes e dizes coisas sem igual. São palavras que gostava de poder gravar para sempre. Apareces de manhã na sala montado na bicicleta e fazes-me sorrir. Lavas os dentes porque não queres cáries. Não comes um gelado que te ofereçam se já tiveres comido um doce nesse dia porque faz dor de barriga “não é, mamã?”. Queres saber tudo. O que são os planetas, como se chamam e porque não os vemos daqui. Perguntas como se constroem as casas e como se chamam as máquinas de construção todas. Adoras carros, e pedes muitas vezes para ver as corridas do filme Cars. Agora já queres pintar desenhos de todas as cores, como tu dizes. E a nossa vida tem cada dia mais cor. Fazes bonecos maravilhosos que eu adoro. Perguntas pela mana nas fotos mais antigas e dizes que não te lembras de existir sem ela. Ficaste feliz quando ela mexeu na areia da praia pela primeira vez e queres levá-la a todo o lado. Cresces tu, esse amor pela tua irmã e cresce o nosso amor por ti que parece nunca ter fim.
Um dia destes, levaste uma vacina e andaste todo o dia bem na creche. No final do dia, quando te despia, começaste a choramingar e a não querer mexer o braço. “Então, que se passa? Andaste todo o dia tão bem.” E a tua resposta “Sim, mas na creche disfarcei!” São estas coisas que tu dizes que nos fazem rir. Que nos fazem também encarar a realidade de estares tão crescido, afinal, são 3 anos.
Aceitar-te. Sempre. Como és. Os filhos não são perfeitos. Que nunca tenhas medo de ser, de fazer diferente, de seguir o que sentes, de ser único… porque esta mania que todos temos de copiar, de tentar agradar, de pertencer, cansa muito e é tão aborrecido!
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