Eu sou uma daquelas mães totós. Sou péssima com manualidades. Cortar uma folha em linha recta já é um feito incrível, tarefa que, se concluída com sucesso, me leva a festejar com palminhas e tudo. Não sei costurar, não sei desenhar, sou péssima com invenções que implicam dobrar papéis e obter uma flor maravilhosa.Ter filhos já me obrigou várias vezes a ter que fazer uns mini trabalhos manuais, como preparar as festas de aniversário, ou alguns disfarces para a escola. Faço tudo com um esforço hercúleo, reclamo, até choro se for preciso.
O Babywearing começou por entrar nas nossas vidas quando usei a Manduca com o Gui e percebi o que andava a perder! Senti-me tão confortável e era tão bom tê-lo pertinho que decidi que, numa próxima vez, iria deixar o carrinho de lado e ia aprender a carregar o meu bebé desde o nascimento.
Comecei então a descobrir o mundo maravilhoso dos panos e slings de argolas. Mais tarde os mei tai e de todos os nomes complexos de portes. Achei que não era para mim! Como é que eu iria ser capaz de fazer aquilo? Pensei que era demasiado difícil, que nunca iria conseguir colocar um bebé no pano sozinha.
Logo na gravidez comecei a treinar, frequentei alguns workshops e foi quando descobri a Gosia Krogulec da Carregados de Amor, que é consultora de Babywearing e de quem vos vou falar num próximo post. Comprei o meu primeiro pano, comecei a preparar-me. Ainda assim, não tinha a certeza se ia ser fácil. Será que iria conseguir andar sempre sem carrinho? Como fazer quando estivesse com ela sozinha, no meio da rua?
Quando a Laura nasceu, e como ainda não estava 100% à vontade, comecei por usar um pano semi-elástico Eco One da MaM. Achei mais simples de colocar, uma vez que permite uma pré-amarração. Fui-me habituando a colocar a Laura no pano assim que saía do carro, depois até dentro do carro, de repente já fazia isso em qualquer lugar. Arrisquei e passei para o meu querido pano da Lenny Lamb. Treinava bastante em casa e, com o tempo, fui ganhando prática! Quando dei por mim, eu já era uma daquelas mães que anda sempre com o bebé no pano, em qualquer lugar. Já era uma mãe capaz de fazer um porte rápido à porta da creche, ou em casa para poder fazer as tarefas domésticas. O carrinho? Esse permaneceu encostado no sótão.
Recebo muitas vezes mensagens a perguntar como se coloca o pano, como se consegue e vejo que muitos pais acabam por optar por mochilas, pensando que jamais dominarão os panos. Mas isso não é verdade! Sei que o mundo Babywearing pode ser assustador, parece que o bebé nunca está bem colocado, que falta sempre qualquer coisa. Mas acreditem, é possível e é tão simples.
Eu não aspiro a consultora, conheço várias e já fazem um excelente trabalho. Não preciso saber todos os portes possíveis. Eu sou apenas uma carregadeira feliz. A minha filha anda todos os dias no pano, no sling de argolas ou na mochila. Nunca me senti inibida. Nunca foi assim tão complicado. Os portes podem não estar sempre perfeitos, e isso não faz mal! Desde que se sintam confortáveis e o bebé esteja bem e em segurança, o resto vem com a prática!
Dicas:
- Juntem-se a grupos de Babywearing no Facebook
- Pesquisem sobre o assunto
- Frequentem um workshop (basta estarem atentas a eventos desses na vossa zona)
- Peçam ajuda a uma consultora (vale cada cêntimo e ajuda imenso)
- Pratiquem em casa, quanto mais carregarem o vosso bebé, mais à vontade se irão sentir
- Podem testar um porta-bebés antes de comprar. Recorram à Biblioteca da Carregados de Amor e aluguem
Por isso, mães totós, mães banais, mães que querem carregar os bebés (e pais, avós, tios, irmãos, claro), mas que têm medo de não ser capazes, juntem-se a mim e repitam:
Comentar