Queria poder ficar eternamente com vocês. Nunca a efemeridade da vida me pareceu tão cruel como depois de ser vossa mãe. Como aceitar que um dia não vos poderei voltar a ver? Que um dia, ainda mais distante, nada nem ninguém que conhecemos existirá. Chama-se vida. Dizem que é curta. Nunca antes olhei para o tempo como hoje. Agora tenho-vos na minha vida e tudo, de repente, me parece tão fugaz. Tão curto. Tão pouco. Porque eu sei que saberia amar-vos exatamente assim, por tempo indefinido.

Como poderia amar-vos assim ser demais? Como é que apostar tudo em vocês poderia ser errado? Costumam dizer-me que um dia vocês irão sair de casa, e que nesse dia eu precisarei de ter a minha vida. Costumam dizer-me que os filhos nunca agradecem tudo isto, toda esta dedicação. Costumam dizer-me que também preciso de pensar em mim, colocar-me em primeiro lugar. Mas não. O tempo que tenho ao vosso lado será sempre curto demais. Será sempre pouco. Não consigo sequer conceber a ideia de um final da nossa história de amor sem igual. Um dia sim, espero ver-vos sair de casa, construir a vossa vida, mas eu jamais irei sofrer com isso, porque eu não espero nada em troca. É um amor sem contrapartidas. Um amor sem igual. Sem cobranças. Sem empréstimos. Sem expectativas.

Esta sou a única mãe que sei ser. Por inteiro. Jamais me irei arrepender de tudo o que deixei para vos ter mais. Para ter mais tempo ao vosso lado. Para perder menos. Para vos ver mais. Para saber o que fazem. Para saber quem vocês são. A única coisa que eu lamento é não poder dar-vos a certeza que estarei para sempre aqui. Mas posso dizer-vos que este amor é eterno. E todos os dias aprendo a aproveitar mais cada segundinho ao vosso lado. A vida deu-me este privilégio de ter dois filhos incríveis.

Prometo, será eterno. Pensar em mim, na minha felicidade, no que eu quero, no que eu sonho, no que eu desejo, no que mais prazer me dá fazer…é pensar em vocês.