Todos os dias penso que precisava de mais tempo. Na verdade acho que não aguentava mais horas de um dia, mas sinto sempre que podia fazer mais. Deito-me todos os dias com a sensação que deixei quase tudo por fazer. As prioridades são sempre iguais, não mudam, estar com os meus filhos, aproveitar o tempo ao lado deles, e continuo a largar tudo para poder levá-los à praia no final do dia lançar papagaios, ou passar um domingo na parque a correr. Vejo o trabalho acumular, a mesa da sala atolada em atividades e materiais. Mil ideias guardadas em cadernos, nas notas do telemóvel ou apenas na cabeça. Muitos sonhos e ambições, sem tempo para os realizar.
Gostava de escrever mais no blog, ser organizada como vejo tantos blogs por aí, ter um texto sempre à mão, não perder um tema atual, ou voltar a escrever textos inspiracionais sobre ser mãe. Mas não dá. Sempre que penso em escrever, surge algo que se sobrepõe, ou estou tão cansada que cedo ao sono.
Tenho pena, não pelo blog, não pelos números, pelas pessoas que já não passam por aqui, ou pela página do Facebook onde há muito não estão verdadeiramente 20 mil. Tenho pena porque um dia sei que gostaria de ler mais sobre o que fazíamos os 4, os dias são tão incríveis que eu adorava poder regista-los mais assiduamente, escrever as coisas que eles dizem, as perguntas que nos fazem, os sítios onde vamos, os dias que vivemos.
Amanhã vou voltar a escrever, fica mais uma vez a promessa. Hoje foi um dia bom, mesmo com o trabalho por fazer, com o caos em cada divisão da nossa casa, mesmo que tenhamos chegado a casa tão tarde que não pudemos adiantar uma refeição, ou preparar minimamente a semana. Foi um dia bom, um dia cheio, e a vida é mais do que organização.
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