Fiz 32 anos. Já não recebo parabéns quando passa a meia-noite, a essa hora dormia profundamente no sofá, a ver a mesma série de sempre, nunca passo do mesmo episódio. Acordei com os meus filhos abraçados a mim, eufóricos com o meu aniversário. Recebi um presente de cada um deles, e não esqueço o sorriso enorme e a ansiedade para perceberem se eu gostava. Passámos o dia juntos. Quase sem chamadas ou telefone por perto. Vivemos um dia calmo, mas feliz. Pediram-me para ver um filme, comprámos pipocas e jantámos sushi. Depois dançámos na sala até ser hora de dormir. O Gui queria ver um museu. A Laurinha queria só comer bolo e cantar mais uma vez os parabéns.

O Gui ofereceu-se uma meias de vidro, com padrão chita segundo ele. Não são de todo o meu estilo, mas o pai disse que ele insistiu tanto mas tanto para as comprar. Pediu-me logo para as vestir no dia, não tive como escapar e compensou vê-lo tão feliz. Disse que eram de chita porque não encontrou de Okapi. Adoro-o.