Muita coisa mudou nestes 14 meses em casa com a Laura. No início, era simples. Depois de já ter sido mãe uma vez e ter experenciado um pós-parto terrível, desta vez, sabia que ia ser diferente. E foi. Aproveitei muito mesmo. Dormimos muitas sestas juntas. Ela dormiu muitas sestas ao colo enquanto eu aproveitei para ver séries ou descansar. Claro que há todo o caos de noites mal dormidas e um recém-nascido para cuidar, para além de um filho de 2 anos e meio e uma casa. Mas, a verdade, é que é muito mais fácil estar em casa com um recém-nascido.
O tempo vai passando, começam a gatinhar, a andar em pé por todo o lado e damos por nós a não ter 5 minutos de sossego. Agora com 14 meses, para além de correr tudo, de não estar quieta, de ser um perigo andante, também é mais exigente e eu sinto que é altura de nos dedicarmos a algumas atividades.
Muitas delas, já as fazemos há algum tempo, mas sem grande planeamento. Agora, decidi fazer um plano semanal de atividades. Obviamente, não será nada que deva ser cumprido à risca, nem com grandes obrigações. Estará sempre dependente da vontade das duas, especialmente da dela, e não teremos qualquer horário fixo. Além disso, não estou minimamente preocupada com as atividades em si, com 14 meses, tudo o que eles mais precisam é de interagir connosco, precisam que falemos com eles, podemos cantar, dançar, brincar, qualquer coisa é boa, desde que estejamos com eles. E também os podemos integrar ao máximo nas nossas tarefas, como a ida às compras, ou a limpeza da casa.
Este plano é tanto para ela, como para mim. Ajuda-me a manter um objetivo durante a semana, a ter mais ritmo, a planear melhor as atividades, para não cair no erro de estarmos sempre a brincar com as mesmas coisas, o que aborrece imenso (especialmente a nós pais). E eu já me andava a sentir aborrecida. Também acredito que podemos fazer imensas coisas giras em casa, que os estimulam e lhes dão novas ferramentas de desenvolvimento, sem serem demasiado complexas ou difíceis de conseguir. O que ajuda mesmo é planear com antecedência. Agora com a chuva lá fora, torna-se ainda mais importante pensar em atividades dentro de casa.
Assim sendo, esta semana temos duas caixas de atividades planeadas, uma ida à biblioteca e um dia dedicado à parte motora (uma espécie de ginástica). O resto do tempo é livre e vai incluir todas as outras tarefas que eu já tenho.
E o que são caixas de atividades?
São caixas que podemos preparar, temáticas ou não, em que seleccionamos alguns brinquedos e atividades para serem feitas ao longo do dia. A nossa primeira caixa de atividades oficial teve como tema os animais. A Laura adora animais, está na fase de se começar a interessar por livros, por músicas com animais, pelos sons que eles fazem. Já identifica alguns e já diz vários nomes como “gato”, “cão”, “pato”, “peixe” e “panda”.
O que continha a nossa caixa de hoje?
- Livros com animais
- 2 Puzzles em madeira com animais para encaixar
- 1 folha para pintar com lápis de cera (usámos os da loja Ovo)
- Um jogo em madeira com animais que a Laura adora
- Pato em madeira para passear
- Material para jogo sensorial: animais, farinha, colheres ou pinça
Depois basta escolherem um local e irem seleccionando as atividades, ou deixando que o vosso filho escolha o que prefere fazer. Não precisam fazer todas as atividades no mesmo dia, se a criança não estiver disposta, e podem ir fazendo ao longo do dia, alternando com tempo de brincadeira livre, ou com as sestas e refeições, para que a criança não se canse.
Vantagens das caixas de atividades?
A maioria das crianças tem toneladas de brinquedos. Bem tento cá em casa ir diminuindo as ofertas e estabelecendo regras, mas não é fácil. São as únicas crianças na família próxima e quase as únicas entre os amigos chegados, por isso, obviamente que chovem brinquedos. Apesar de nós não lhes oferecermos nada no natal, por exemplo, são sempre coisas a mais. Ajuda muito se seleccionarmos apenas um conjunto de brinquedos para eles, torna-se muito mais fácil de se interessarem e não estarem sempre a dispersar. Normalmente, caímos num erro muito comum quando queremos entreter crianças, despejamos um sem fim de brinquedos à volta delas e esperamos que se consigam distrair, mas isso raramente acontece. Depois acabamos frustrados por acharmos que o nosso filho não se entretém sozinho com nada e que não brinca com os brinquedos que tem.
Com a caixa, eles vão-se focar nos brinquedos seleccionados, e podem ter a certeza, vão brincar muito mais do que tendo todos à disposição! Além disso, permite escolher temas e conduzir a uma melhor aprendizagem.
O que colocar na caixa de atividades?
Em primeiro lugar, procurem que seja adaptada à idade da criança. Tentem optar sempre por coisas simples, por exemplo:
- Brinquedos de madeira ou que não façam tudo sozinhos (como a maioria dos brinquedos musicais e interativos)
- Diferentes materiais de uso diário (garrafas, caixas, palhinhas, tampas, papel, algodão), as possibilidades são infinitas.
- Livros
- Materiais de desenho
- Puzzles
Ajuda dividir por vários grupos: atividade plástica, mais lúdica, sonora, leitura, manual, sensorial…
A ideia é usufruirem ao máximo da caixa ao longo do dia.
Hoje foi assim:
Vimos vários livros com imagens de animais. Imitámos os sons. Repetimos os nomes de cada um. Depois, com as peças do puzzle, tentámos juntar a peça de madeira à imagem correspondente no livro.
Fizemos os puzzles em madeira. A Laura ainda não encaixa as peças, mas já coloca muitas delas no sítio correto. O mais importante é irem associando imagens. Podemos brincar com as peças, fazer vozes diferentes, deixá-los explorar, bater com as peças, atirá-las ao chão, perceber o que acontece.
Depois, pintámos a imagem de uma ovelha. Obviamente, a Laura é muito pequena para pintar uma imagem, só fizemos esta atividade porque ela adora pintar, acho que é por ver o irmão tantas vezes, ela imita-o e fica quase 30 minutos seguidos a pintar com marcadores ou lápis de cera. Considerando a idade dela, esta atividade requer vigilância permanente. A ideia é explorar diferentes materiais de pintura ao longo das diferentes caixas de atividades.
Quando ela estava a precisar de mais movimento, fomos passear o pato. Coloquei na caixa um daqueles patos em madeira que o bebé consegue puxar, atei uma fita maior e andámos pela casa, fizemos várias brincadeiras diferentes, ela atrás de mim a tentar apanhar o pato, passar com o pato por sítios mais apertados, passar por baixo da mesa, por aí fora.
Fizemos também a atividade sensorial de hoje. Precisei de uma caixa e de farinha (guardem a farinha para futuras atividades) e de animais pequenos. Tentei escolher animais que estivemos a ver nos livros de manhã. Depois, com as mãos, com colheres e pinça, deixar que a criança encontre todos os animais. Esta foi, sem dúvida, a atividade preferida. Podem ainda lavar os animais no final, usando, assim, mais uma atividade de estimulação com água.
Não chegámos a usar a casinha com animais, fica para a próxima! Ao longo do dia fomos repetindo os nomes e sons dos animais.
Fiquem atentos à próxima caixa e boas brincadeiras!
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