3 décadas. 30 anos. Nunca mais vou dizer tenho “vinte e”. Dizem que os 30 são os novos 20, mas eu estou a ter dificuldade em ver isso. Não me sinto com 20 anos, mas definitivamente também ainda não me mentalizei que vou fazer 30. 

Quando era bem mais nova, dizia sempre que queria ser mãe antes dos 30. Depois essa ideia foi-se desvanecendo algures entre os estudos, o começo do trabalho, a vida de estagiária, o emprego efectivo, as viagens de trabalho, os dias sem horários, os fins de semana animados, as idas quase diárias ao ginásio, os amigos, a praia, as viagens a dois, as férias com amigos, a mudança de trabalho, os novos amigos, as mudanças no corpo fruto das idas ao ginásio, os planos a dois de um casamento na praia. Foi numa fase de mudanças, entre umas férias de verão como nunca vou esquecer e a ideia de fazer uma tatuagem que soube que ia ser mãe do Guilherme. 8 meses depois ele nasceu, e eu renasci. Como mulher, como mãe. 

Hoje faço 30 anos. Estou talvez bem mais cansada do que me imaginava neste idade, mas infinitamente mais completa e realizada. Acredito que tempo para viagens, saídas e cerebrações não me faltará. Mas tempo deste, a viver desta forma a vida junto aos meus dois filhos e ao pai deles, nunca mais se poderia repetir. Durmo pouco, passo o dia a correr, tenho sempre a minha cabeça cheia de preocupações e dúvidas. Mas tenho o meu coração tão cheio que penso que vai explodir, literalmente. 

Hoje acordei com a Laura no meu colo e o Gui a gritar parabéns. Hoje ficamos todos juntos. Hoje passamos o dia a 4. E eu não peço absolutamente mais nada ao universo.