Hoje de manhã, surgiu um assunto com o meu marido e começámos a discutir. Não era uma discussão, era uma conversa em que eu elevei um pouco a voz. Eram coisas de adultos, nada tão importante assim! Vocês adultos sabem. Era um tema que tínhamos que discutir, resposta puxa resposta, e eu, do alto do meu mau humor matinal, e do meu já habitual tom de voz mais elevado por natureza, dei por mim a falar mais alto.
Aliás, na verdade não dei.
O Gui vem ter comigo e diz “pára” e agarra-se a mim. Ele estava chateado, estava confuso, talvez pensasse que era com ele. Eu baixei-me de imediato e peguei nele. Disse que não estava zangada, nem eu nem o pai, disse que estava tudo bem. Ele sorriu logo e deu-me beijos, abraçou-me. Perguntei se ele achou que eu estava chateada, ele acenou. De repente tudo parou no quarto. Acalmei de imediato.
Doeu-me a alma. Imaginei aqueles casais que discutem de forma acesa e os filhos assistem a tudo, assustados. Ali foi apenas uma conversa mais alto e ele não gostou, talvez porque não costuma assistir a isto. Senti-me péssima, senti-me mal, senti-me a pior mãe, senti-me arrependida, quis voltar atrás e não ter gritado. Expliquei-lhe só que estava a falar com o pai e que falei mais alto, mas para ele não se preocupar com nada, que estava tudo bem, que às vezes os pais falam alto, e pedi desculpa. Ele ficou tão feliz, nitidamente aliviado.
Desculpa filho! Prometo tentar ser melhor. Todos os dias melhor.
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