Tenho algumas memórias assim da minha infância. O quintal da minha avó. As uvas. Os almoços longos. O cheiro a terra. As tradições da aldeia.
Gosto de viver na cidade, gosto de viver no litoral, gosto do mar ali ao lado. Mas nada me separa do meu interior. Desta paz. Destas coisas simples em casa dos avós.
Gosto mesmo de lhes poder proporcionar estas vivências. Saber que conhecem o cheiro da terra, que viram como nascem as couves, que sabem o que é regar e com que aspecto fica a terra. Gosto que apanhem fruta das árvores e comam. Gosto que conheçam estas tradições.
O Gui adorou. Fez dezenas de perguntas. Percebeu como se faz o vinho. Apanhou uvas. Lavou os baldes. Regou os nabos que estão agora a nascer. Andou na carrinha com o avô. Deu o último mergulho deste verão na piscina dos avós. Estava feliz. Eufórico. Não dormiu a sesta. Esteve longe da TV, do iPad, dos brinquedos. Afinal, havia tanto para ver.
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