Antes era apenas eu quem tinha que saber como responder às perguntas que não precisavam ser feitas. Primeiro com algumas justificações, ela mama até querer, ela precisa, a OMS recomenda a amamentação até, no mínimo, aos 2 anos… Depois aprendi a responder em silêncio e percebi que era a melhor resposta. Raramente respondo quando me perguntam “ela ainda mama?” e ela está a mamar. Assumo que a pergunta não precisa de resposta.
Mas agora que cresceste, as perguntas já não são apenas dirigidas a mim. Vejo que te olham nos olhos e perguntam se ainda mamas. Dizem-te algumas coisas como “que vergonha” e eu fico envergonha por quem o diz. As pessoas falam-te, dizem-te que já chega e até já te disseram que a maminha é só para os bebés.
E quem és tu, senão a minha bebé de 20 meses? O que será que pensas quando ouves o que te dizem sobre uma das coisas que mais adoras?
Não quero que tenhas que responder nunca a estas perguntas. Enche-me de orgulho quando é o teu irmão, apenas de 4 anos, a explicar que ainda és bebé e que adoras mamar. Enche-me de orgulho saber que tu e o teu irmão nunca ficarão admirados como outras crianças ficam quando me vêem amamentar. Fico orgulhosa que cá em casa seja tão natural e que isso não tenha sido só para mim e para ti filha, mas para todos aqueles que nos rodeiam.
Porque sim, isso faz a diferença e talvez vocês já nunca tenham que fazer essas perguntas. Talvez nunca passem pela vergonha de acharem vergonhoso um acto de amor.
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