Durante algum tempo, tive que perceber o tipo de mãe que eu era. Parece fácil, mas não é. Somos sempre um pouco da mãe que os outros esperam que sejamos, para o bem e para o mal. Somos influenciadas pelo ambiente em nosso redor, pela nossa família, pelas nossas experiências, pelo que vamos ouvindo da boca das outras mães. Até que um dia somos nós.
Respondi muitas vezes a perguntas que acabavam sempre por me trazer problemas. Depois aprendi. Primeiro a medo, depois com todas as certezas.
Existem mais, mas estas são 5 das perguntas que me fazem com regularidade e que eu deixei de responder. No blog, por mensagem, na rua, entre amigos e família, no médico… um pouco por todo o lado.
“Até quando vai mamar?”
Ainda tentei responder várias vezes “até quando quiser”. Mas, inevitavelmente, surgem as outras questões “Mas e se for até aos 10 anos?” “E se já andar na escola, não achas prejudicial?” “E se depois ficar com traumas?” “E não pensas ir trabalhar depois?”. Parecendo que não, isto de justificarmos tudo cansa. Por isso, deixei de dar resposta, encolho os ombros e sigo a vidinha.
“Ainda dorme no vosso quarto?”
Na pediatra costuma ser mais “Dorme bem?” E nós: “siiiiim”. “Dorme na caminha dela?” E nós “siiimmm”. Do género adolescestes a responder aos pais antes de uma saída à noite. “Porta-te bem, não venhas tarde, não fales com estranhos” “siiiiiim, mãe!”
“Quando é que ela vai para a escola?”
Parece que, de repente, a continuidade do mundo como o conhecemos, depende da ida da minha filha para a escola. Todos se preocupam. Todos querem saber. Comecei por responder “depois dos 3 anos”, mas percebi que não chegava. “Mas vai logo assim que fizer 3?” “Não achas que ela precisa de socializar mais? “Será que depois não se integra?”. Querem um conselho? Se vos fizerem esta questão, ou não respondam, ou digam que nunca vai para a escola, que a vossa tetra-avó também não foi e correu tudo bem!
“Quantas vezes mama por dia?”
Fico confusa. Algumas pessoas acham que amamentar é coisa íntima, um momento a dois, não é cá para se andar a expor nas redes sociais, nem na rua em geral. Mas depois querem saber quantas vezes o faço por dia? Estranho, certo?
“Não achas que eles são demasiado apegados a ti e que já deviam ficar com outras pessoas?”
Seria o mesmo que me perguntarem se eu não acho que gosto demasiado deles? Não, não me parece! Esta mania que temos de os habituar ao mundo cedo demais, esta ideia que o apego é mau, este vício de os tornar mais independentes. Não compreendo.
E as vossas? Partilhem comigo!
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